Lirinha

Lirinha
Ex vocalista do Cordel

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Como?


Sozinha, sozinha mesmo, sem nada pra ver nem pra sentir muito menos pra lembrar, será que assim eu chego perto de mim? Sem nada sem defesa sem remédio sem anestésicos, como seria? Eu conseguiria revelar a nascente desse rio que nessa altura encontra-se perigoso turbulento e sujo em partes?
O embate físico bloqueia as mais variadas oportunidades de estar perto de quem eu quero, perto de ninguém, perto do alívio que eu poderia sentir.
Sem ouvir nada, nenhuma música eu mergulho no mundo que parece ser normal mais me afoga, afoga porque eu já não sigo o fluxo natural das coisas, e também não me vejo seguindo por mais que eu queira. Então foco meu olhar nas coisas que eu acho que preciso e vou indo sem parar, sem notar o absurdo que acontece ao meu redor. No final do dia, eu vou dormir, como se nada fosse, como se desse pra vencer um milhão de coisas por dia e achar que descansa enquanto dorme.
Cansasso? Sei lá, só queria ouvir essa música mais uma vez com a impressão de que ela vai trazer a tona e curar essa falha, a falha que me define, me demite do consenso.
E a minha alma agora? Melhor nem começar a escrever sobre isso, não nessa noite, vou dormir e tentar não sonhar!



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